Aprofundar o conhecimento sobre a diversidade de configurações familiares que pode encontrar na comunidade educativa;

Reflectir sobre os efeitos que a presença de alunos oriundos de contextos familiares muito diversificados tem sobre o dia-a-dia na sala de aula e ser capazes de integrar essa reflexão no modo como programa e orienta a prática docente;

Desenvolver estratégias de trabalho colaborativo, envolvendo administração escolar, colegas e famílias, capazes de favorecer a criação de espaços formais e informais aptos a propiciar o reforço do encontro e a qualificação da interação entre escola e famílias;

Adquirir competências de relação e de comunicação que permitam favorecer a inovação ao nível das práticas, de um modo que promova o aprofundamento do envolvimento das famílias na vida escolar dos seus educandos, concorrendo para a melhoria do respetivo sucesso escolar e de vida.

quarta-feira, 13 de junho de 2018

Estudar e fazer TPC é a mesma coisa? - Maria José Araújo


Os “trabalhos de casa”, também conhecidos por TPC, fazem parte, intrinsecamente, da discussão sobre a Escola e a escolarização, e têm estado presentes em todos os ambientes familiares independentemente do seu contexto social e/ou cultural. No entanto, não têm exatamente o mesmo tipo de consequências, positivas e /ou negativas, em todas as crianças.
A expressão “trabalhos de casa” contém em si dois conceitos poderosos – trabalho e casa. Um trabalho que, para as crianças que frequentam o ensino obrigatório, se prolonga em casa (esfera doméstica) ou nas instituições onde permanecem depois de acabarem as aulas, sendo que a responsabilidade pela sua boa execução passa a ser dos pais (mesmo que não seja com eles que as crianças os fazem), e já não só da escola. Uma das ideias subjacentes a este tipo de trabalho é a ideia de que as crianças devem estudar em casa para criar hábitos de trabalho.
 
No entanto, há uma grande diferença entre estudar e fazer TPC.
Estudar tem de ter a adesão voluntária das crianças. Deve ser algo que elas percebam e por que se interessem. Perceber que conhecer, aprender e ter a possibilidade de participar no mundo de uma forma informada é algo estimulante, e as crianças gostam deste sentimento. Estudar é perceber mais e melhor… não é repetir o que os adultos impõem.
 
Todo o texto:
Estudar e fazer TPC é a mesma coisa?

Sem comentários:

Enviar um comentário

Familias e escolas: uma relação complexa

Uma vez que a escola pública já não é um santuário, um território compartilhado foi construído entre a escola e as famílias, um território que articula educação e educação. As relações entre estas duas instituições de socialização da criança tornaram-se objetos de estudo privilegiados na sociologia da educação, da infância e da família.
Nos últimos anos, muitos estudos têm destacado a heterogeneidade das práticas e representações dos professores em relação às famílias e vice versa.
Numa altura em que o sucesso escolar é um pré-requisito para a integração profissional e social, as relações entre as famílias e as escolas são uma questão de primordial atenção, como evidenciam alguns estudos de que salientamos : "Escola contra pais" (D. Gayet, 1999); "Entre pais e professores, um diálogo impossível? (C. Montandon, P. Perrenoud, 1987) "Escola, famílias: o mal-entendido? (F. Dubet, 1997); "Escola e pais: a grande explicação" (P. Meirieu, 2000), entre outros que aqui mencionamos nas referências bibliográficas.

O desempenho escolar é medido, principalmente, através de avaliações que se referem à capacidade do aluno de processar informações e produzir uma resposta esperada. Para explicar a heterogeneidade desses resultados, são propostas várias abordagens, que não são mutuamente exclusivas.
Mais recentemente, o conceito de relação com o conhecimento enfatiza o papel das representações, como construções individuais e sociais contextualizadas, desenvolvidas pelo aluno que dá sentido e completa a sua presença na instituição escolar e a sua relação com o conhecimento escolar.
(...)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Almeida, A. N. de (2005). “O que as famílias fazem à escola: pistas para um debate”. Análise Social, vol. XL (176), pp. 579-593.

Almeida, A. N. de (Coord.) (2011). História da Vida Privada em Portugal. Lisboa: Círculo de Leitores (vol. IV).

Araújo, M. J. (2009). Crianças ocupadas. Como algumas opções erradas estão a prejudicar os nossos filhos. Lisboa: Prime Books.

Delgado, A. & Wall, K. (Coord.) (2014). Famílias nos Censos 2011. Diversidade e Mudança. Lisboa: Imprensa de Ciências Sociais/INE.

Diogo, A. M. (2008). Investimento das Famílias na Escola. Dinâmicas familiares e contexto escolar local. Oeiras: Celta.

Montandon, C. & Perrenoud, P. (2001). Entre Pais e Professores. Um diálogo Impossível? Para uma análise sociológica das interacções entre a família e a Escola. Oeiras: Celta.

Ponte, C. (2011). Uma Geração Digital. Influência familiar na expeirência mediática de adolescentes.

Portugal, Silvia (2014). Famílias e Redes Sociais. Coimbra: Almedina.

Singly, F. (2012). Sociologia da família contemporânea. Lisboa: Edições Texto & Grafia.

Stoer, S. & Cortesão, Luiza (2005). “A reconstrução das relações escola-família. Concepções portuguesas de «pai responsável?”. In S. Stoer & P. Silva (Orgs.). Escola-Família. Uma relação em processo de reconfiguração (pp. 75-88). Porto: Porto Editora.

Vieira, M. M. (2015). “Pais desorientadores? O apoio à escolha vocacional dos filhos em contextos de incerteza”. In Maria Manuel Vieira (Ed.), O futuro em aberto (pp. 155-174). Lisboa: Mundos Sociais.

Vieira, M. M. (2007). “Em Torno da Família e da Escola: Pertinência Científica, Invisibilidade Social”. In Pedro Silva (Ed.), Escolas, Famílias e Lares. Um Caleidoscópio de Olhares (pp. 271-282). Porto: Profedições.

Favinha, M. (2010). Gestão intermédia nas escolas portuguesas – o caso do diretor de
turma e a mediação da coordenação curricular no conselho de turma. Ensino em Revista,
Uberlândia, v.17, n.1, p. 117-201.

Alho, S & Nunes, C. (2009). Contributos do director de turma para a relação escola-família. Porto Alegre, v. 32, n. 2, p. 150-158

Nogueira, M.A. (2005). A relação família–escola na contemporaneidade: fenômeno social/interrogações sociológicas. Análise Social, Vol. XL (3.º),63-578

Revista Análise Social


Vasconcelos, T (s/d) Aprender por projetos na Educação de Infância.