Aprofundar o conhecimento sobre a diversidade de configurações familiares que pode encontrar na comunidade educativa;

Reflectir sobre os efeitos que a presença de alunos oriundos de contextos familiares muito diversificados tem sobre o dia-a-dia na sala de aula e ser capazes de integrar essa reflexão no modo como programa e orienta a prática docente;

Desenvolver estratégias de trabalho colaborativo, envolvendo administração escolar, colegas e famílias, capazes de favorecer a criação de espaços formais e informais aptos a propiciar o reforço do encontro e a qualificação da interação entre escola e famílias;

Adquirir competências de relação e de comunicação que permitam favorecer a inovação ao nível das práticas, de um modo que promova o aprofundamento do envolvimento das famílias na vida escolar dos seus educandos, concorrendo para a melhoria do respetivo sucesso escolar e de vida.

As práticas de literacia escolar não se devem opor às praticas de literacia familiar

Existem múltiplas formas de literacia familiar e seria muito vantajoso que os educadores (professores e outros agentes educativos) compreendessem como aproveitar estas diferentes competências dos jovens, em sala de aula.


  • Como podemos valorizar as práticas de literária familiar?
  • Valorizar o que os alunos já sabem antes de chegar à sala de aula é uma prática?
  • Podem as tarefas escolares sobrepor-se às práticas de  literária familiar?
  • Será que nós valorizamos as práticas familiares?
  • Não estará a escola a criar sentimentos de incompetência aos pais e encarregados de educação?
  • O que pensam os professores ?
  • O que pensam os pais/EE?
  • Como se faz esse debate nas Associações de pais?
  • Como podem os professores respeitar e valorizar as diferentes formas de literária familiar?
Um dos papeis da escola é envolver as famílias, como parceiros educativos, na escolarização dos seus educandos não caindo no"erro" de querer que os pais sejam ajudantes dos professores.

As crianças estão muito atentas ao que as rodeia e nesse sentido, estes conhecimentos são, por elas, muito valorizados. Precisamos convocar, desde cedo, o que elas sabem e os seus pais/EE já valorizam, ajudado a alargar esse conhecimento.


Debate sobre literária familiar a partir do contributo de M. José Mata

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Familias e escolas: uma relação complexa

Uma vez que a escola pública já não é um santuário, um território compartilhado foi construído entre a escola e as famílias, um território que articula educação e educação. As relações entre estas duas instituições de socialização da criança tornaram-se objetos de estudo privilegiados na sociologia da educação, da infância e da família.
Nos últimos anos, muitos estudos têm destacado a heterogeneidade das práticas e representações dos professores em relação às famílias e vice versa.
Numa altura em que o sucesso escolar é um pré-requisito para a integração profissional e social, as relações entre as famílias e as escolas são uma questão de primordial atenção, como evidenciam alguns estudos de que salientamos : "Escola contra pais" (D. Gayet, 1999); "Entre pais e professores, um diálogo impossível? (C. Montandon, P. Perrenoud, 1987) "Escola, famílias: o mal-entendido? (F. Dubet, 1997); "Escola e pais: a grande explicação" (P. Meirieu, 2000), entre outros que aqui mencionamos nas referências bibliográficas.

O desempenho escolar é medido, principalmente, através de avaliações que se referem à capacidade do aluno de processar informações e produzir uma resposta esperada. Para explicar a heterogeneidade desses resultados, são propostas várias abordagens, que não são mutuamente exclusivas.
Mais recentemente, o conceito de relação com o conhecimento enfatiza o papel das representações, como construções individuais e sociais contextualizadas, desenvolvidas pelo aluno que dá sentido e completa a sua presença na instituição escolar e a sua relação com o conhecimento escolar.
(...)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Diogo, A. M. (2008). Investimento das Famílias na Escola. Dinâmicas familiares e contexto escolar local. Oeiras: Celta.

Montandon, C. & Perrenoud, P. (2001). Entre Pais e Professores. Um diálogo Impossível? Para uma análise sociológica das interacções entre a família e a Escola. Oeiras: Celta.

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Favinha, M. (2010). Gestão intermédia nas escolas portuguesas – o caso do diretor de
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Revista Análise Social


Vasconcelos, T (s/d) Aprender por projetos na Educação de Infância.