Aprofundar o conhecimento sobre a diversidade de configurações familiares que pode encontrar na comunidade educativa;

Reflectir sobre os efeitos que a presença de alunos oriundos de contextos familiares muito diversificados tem sobre o dia-a-dia na sala de aula e ser capazes de integrar essa reflexão no modo como programa e orienta a prática docente;

Desenvolver estratégias de trabalho colaborativo, envolvendo administração escolar, colegas e famílias, capazes de favorecer a criação de espaços formais e informais aptos a propiciar o reforço do encontro e a qualificação da interação entre escola e famílias;

Adquirir competências de relação e de comunicação que permitam favorecer a inovação ao nível das práticas, de um modo que promova o aprofundamento do envolvimento das famílias na vida escolar dos seus educandos, concorrendo para a melhoria do respetivo sucesso escolar e de vida.

As famílias dos alunos provenientes de contextos sociais e culturais afastados da cultura escolar



De acordo com um estudo de  Françoise Campanale ( 2007), as famílias esperam que o sistema escolar consiga ajudar os seus filhos a ter sucesso na escola ou mesmo a serem bem sucedidos na vida. Para eles, os professores conhecem seu trabalho e assim não se sentem competentes para intervir, ou mesmo, diálogar. Não é só com o professores noutras areas, na saúde por exemplo, isso também acontece.
Além disso, sentem-se, muitas vezes, muito incomodados quando os seus filhos ficam para trás (não tem sucesso escolar) e os professores interpretam como negligência. Quando a criança falha, a família sente o fracasso. Estas famílias têm muitos receios e às vezes medo de reuniões com professores, sobretudo porque as reuniões se baseiam mais em intimidações ou convocatórias, através dos julgamentos feitos sobre seus filhos, e nem sempre se tem em conta a ignorância destes pais na forma como o sistema funciona.  Os filhos são criados entre dois mundos: um onde alguém é engenhoso, o outro onde reina a competição, possivelmente a violência.


Mais informação em:
http://webcom.upmf-grenoble.fr/sciedu/pdessus/sapea/parents.html#l-ecole-touche-limage-de-la-famille

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Familias e escolas: uma relação complexa

Uma vez que a escola pública já não é um santuário, um território compartilhado foi construído entre a escola e as famílias, um território que articula educação e educação. As relações entre estas duas instituições de socialização da criança tornaram-se objetos de estudo privilegiados na sociologia da educação, da infância e da família.
Nos últimos anos, muitos estudos têm destacado a heterogeneidade das práticas e representações dos professores em relação às famílias e vice versa.
Numa altura em que o sucesso escolar é um pré-requisito para a integração profissional e social, as relações entre as famílias e as escolas são uma questão de primordial atenção, como evidenciam alguns estudos de que salientamos : "Escola contra pais" (D. Gayet, 1999); "Entre pais e professores, um diálogo impossível? (C. Montandon, P. Perrenoud, 1987) "Escola, famílias: o mal-entendido? (F. Dubet, 1997); "Escola e pais: a grande explicação" (P. Meirieu, 2000), entre outros que aqui mencionamos nas referências bibliográficas.

O desempenho escolar é medido, principalmente, através de avaliações que se referem à capacidade do aluno de processar informações e produzir uma resposta esperada. Para explicar a heterogeneidade desses resultados, são propostas várias abordagens, que não são mutuamente exclusivas.
Mais recentemente, o conceito de relação com o conhecimento enfatiza o papel das representações, como construções individuais e sociais contextualizadas, desenvolvidas pelo aluno que dá sentido e completa a sua presença na instituição escolar e a sua relação com o conhecimento escolar.
(...)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Almeida, A. N. de (Coord.) (2011). História da Vida Privada em Portugal. Lisboa: Círculo de Leitores (vol. IV).

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Diogo, A. M. (2008). Investimento das Famílias na Escola. Dinâmicas familiares e contexto escolar local. Oeiras: Celta.

Montandon, C. & Perrenoud, P. (2001). Entre Pais e Professores. Um diálogo Impossível? Para uma análise sociológica das interacções entre a família e a Escola. Oeiras: Celta.

Ponte, C. (2011). Uma Geração Digital. Influência familiar na expeirência mediática de adolescentes.

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Nogueira, M.A. (2005). A relação família–escola na contemporaneidade: fenômeno social/interrogações sociológicas. Análise Social, Vol. XL (3.º),63-578

Revista Análise Social


Vasconcelos, T (s/d) Aprender por projetos na Educação de Infância.